Select Menu

.

.
» » » VÁ tudo como Dantes no futebol brasileiro
«
Proxima
Este é o post mais recente.
»
Anterior
Este é o último post.

Uma das frases mais emblemáticas de Albert Einstein diz que “loucura é continuar fazendo o mesmo e esperar resultados diferentes.”


Colaboração de texto: Murilo Gitel - Jornalista graduado pelo Centro Universitário Jorge Amado.
Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Ela se aplica muito bem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que, menos de um mês da surra levada pela Seleção diante da Alemanha, em casa, na semifinal da Copa do Mundo, “muda sem mudar”, em vez de aproveitar a oportunidade para promover uma verdadeira reformulação. Para início de conversa, o ideal é que José Maria Marin, o atual presidente da CBF, renunciasse. Mas o ideal, muitas vezes, é utópico demais. O Brasil poderia ter perdido por 17 a 1, que isso não aconteceria. A sede pelo poder é quase que inabalável.

Como se não bastasse, vem aí Marco Polo del Nero, que dará continuidade ao que aí está – leia-se: federações estaduais acima do bem e do mal, “privilégios aos amiguinhos” e ausência de boa formação no futebol de base, só para citar alguns dos problemas. O anúncio de Gilmar Rinaldi como novo Coordenador das Seleções Brasileiras reflete bem o quanto os mandatários do futebol brasileiro pensam errado. Em vez de mentes inovadoras e progressistas, como as de Leonardo ou Raí, o escolhido é um empresário de jogadores, agente Fifa, que exerce funções incompatíveis e tende a desaguar no oceano do tráfico de influência.

Poucos dias depois, Dunga é anunciado como “novo técnico”. Claro que o capitão do tetra merece respeito por sua trajetória no futebol brasileiro. Concordo que o seu aproveitamento como treinador da Seleção inclui mais vitórias do que resultados negativos (títulos da Copa América e Copa das Confederações), e que se não fosse aquele segundo tempo contra a Holanda (ah, aquele segundo tempo!), talvez nossa visão sobre ele hoje fosse diferente.

Mas, definitivamente, não era a melhor opção, quando o que se espera é uma renovação, uma revolução, como preferem alguns. Em que pese o caráter disciplinador de Dunga, que evitariam, provavelmente, a espetacularização da Seleção Brasileira, estimulada pela Globo, e o comportamento de jogadores cujo o foco são a coloração do cabelo e a marca da cueca, Dunga, por outro lado, não representa ideias inovadoras capazes de dar um padrão tático ao time.

Para completar, tem dificuldade de aceitar novas ideias. Fosse menos turrão, teria levado Paulo Henrique e Ganso e Neymar em 2010, quando estavam no auge, mesmo que fosse para ficar no banco de reservas – ao menos ganhariam experiência para os outros mundiais. Lembra do que fizeram com Ronaldo? Não jogou uma sequer em 1994, mas desabrochou quatro anos depois, consagrando-se, enfim, na Copa disputada da Ásia, quando foi campeão e artilheiro.

É preciso pensar em longo prazo. Dunga, também é verdade, tem apenas duas experiências como técnico: uma na Seleção e outra no Internacional. Será que o momento não seria mais apropriado para Tite, que ganhou tudo no Corinthians e é um profundo pesquisador do futebol mundial? Será que não era possível ousar para trazer Pep Guardiola, um admirador do futebol técnico e ofensivo, tão acostumado com os brasileiros que jogam na Europa?

O futebol brasileiro não aprende com os erros. Entre eles, acredite, a escolha do técnico da Seleção para os próximos anos não está entre os maiores. Insistimos em formar jogadores apenas para o mercado europeu. Futuramente, eles não desenvolvem compromisso algum com a amarelinha. Os times de base são mal geridos e seguimos acreditando piamente que nossos talentos sempre farão a diferença nos momentos de aperto. E enquanto cartolas como Teixeiras, Marins e Del Neros continuarem dando as cartas, tudo continuará como Dantes no quartel d’Abrantes. E ninguém aqui é louco para esperar resultados diferentes de quem faz o mesmo...


Autor MBrusell

Sheldon Montalvão é Radialista, Jornalista e Cronista Desportivo.
«
Proxima
Este é o post mais recente.
»
Anterior
Este é o último post.

Nenhum comentário

Comentarios